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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A morte da malandragem


            O que é um malandro? Como age, como se veste, o que fala, o que faz? Essas são questões que muitas vezes nos fazem pensar em um estereótipo deste sujeito que ora se define como alguém que sabe lidar com as dificuldades do cotidiano e ora é visto como um marginal, sinônimo de mau exemplo.
            Nos dias de hoje, principalmente para os pobres mortais como nós que andamos de ônibus pra cima e pra baixo, não é difícil encontrar um cidadão que entra no coletivo lotado, cheio de corrente de “ouro” óculos da “Oakley” (tudo original, viu!) e com o celular acoplado a uma caixa de som ouvindo funk no último volume e achando que todas as 289 pessoas daquele coletivo compartilham com sua preferência musical. Pois este sujeito tem a certeza de que é o malandro puro sangue.
            Na concepção de Bezerra da Silva, o malandro é “o cara que sabe das coisas, sabe o que quer, sempre está com dinheiro e não se compara a um Zé Mané”. Já Gabriel o Pensador diz que a “malandragem é saber sobreviver em paz, saber a hora de falar e de ficar calado e respeitar para ser respeitado”.
            Fato é que o conceito de malandro já não é tão específico desde 17 de janeiro de 2005, quando morreu Bezerra da Silva. Tentar passar os outros para trás deixou de ser malandragem e virou safadeza. Andar com boné de aba reta e balançando os braços na rua, agora é idiotice. Por isso, aqueles que ainda insistem em dizer que são malandros, entendam: a malandragem, pura e original, está morta!

            José Luiz Guerra

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