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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Falando difícil


Quando adentramos em um circulo de companheiros de longa data, nos damos conta do quão é importante cultivar as relações interpessoais presentes na nossa sociedade pós-moderna.  Contudo, a proliferação das atividades proletárias nos impede de manter uma atividade social condizente com nossos anseios.

Em algum momento de nossa existência, especialmente na nossa fase pós- puberdade, nos deparamos com situações deveras conflitantes que nos colocam frente aos paradigmas de nossa existência terrena. Quando analisamos a nossa rotina repleta de compromissos, não nos damos conta de que nos abstivemos de inúmeros momentos de fuga da realidade.

A ausência de discernimento na avaliação de prioridades em nossas vidas nos acomete de diversas maneiras, desde as mais sutis até as mais dolorosas, tais como enfermidades relacionadas a transtornos psíquicos ou moléstias de ordem orgânica.

A melhor providência a ser tomada em casos semelhantes a estes é recorrer aos inúmeros suportes próximos a você, com o intuito de contornar o certame ou ao menos apaziguar as diferenças provenientes da ausência de assiduidade nos compromissos agendados previamente. Alternativas plausíveis são as visitas aos estabelecimentos que comercializam produtos de ordem etílica, prezam pelo entretenimento e pelo bem estar almejado há dias.

Todo esse enredo machadiano, com influências barrocas e parnasianas serve apenas para comunicar a você leitor deste modesto sitio, que o melhor a fazer é LARGAR OS PROBLEMAS DE LADO, JUNTAR AS PESSOAS QUE VOCÊ GOSTA E IR PARA UM BAR NO FIM DE SEMANA!



José Luiz Guerra

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O centenário de um mito


Se estivesse vivo, Amacio Mazzaropi completaria hoje, 09 de abril de 2012, 100 anos. As gerações mais recentes talvez não conheçam o talento e a facilidade com que arrancava gargalhadas do público, com seu humor puro, sem malícia e genuinamente brasileiro.

Desde 1926, quando começou sua carreira artística, trabalhando como assistente de faquir em um circo e contando piadas nos intervalos das apresentações do “patrão” ele já se destacava. No ano de 1935 que Mazzaropi ingressou no teatro, mas foi em 1952 que ele iniciou sua brilhante trajetória no cinema, participando do filme “Sai da Frente”.

Em 1958, com a crise financeira da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, uma das empresas nas quais Mazzaropi atuou em seus primeiros filmes, ele vendeu sua casa e fundou a PAM Filmes, responsável a partir daí por toda a produção de seus longa metragens. Com “Chofer de Praça” sendo a primeira produção da PAM filmes, Mazzaropi passou a ser, além de ator principal, produtor e roteirista dos seus filmes.

Amacio Mazzaropi ficou eternizado pela interpretação do personagem “Jeca Tatu”., criado em 1959 e que passara a ser protagonista de diversos filmes, tais como “Tristeza do Jeca”, “Jeca contra o Capeta” e “Jecão, um fofoqueiro no céu”. Ao todo, Mazzaropi atuou em 15 filmes, deixando a produção “Maria Tomba Homem” inacabada, devido à sua morte.

Não foram apenas as gerações mais antigas, que vivenciaram a carreira de Mazzaropi, que são fãs do eterno Jeca. Crianças e jovens, nascidas após suam morte em 13 de junho de 1981 assistem aos filmes, graças à remasterizações dos episódios. O legado deixado por ele tem valor inestimável, digno dos maiores prêmios. A arte de atuar, escrever e dirigir um filme simultaneamente é desenvolvida por poucos gênios, tais como Charles Chaplin e Roberto Bolaños.

Produções simples, mas que retratavam a realidade do povo brasileiro, com um pouco de bangue- bangue e muito bom humor sempre foram características marcantes dos filmes de Mazzaropi. O próprio Jeca Tatu representa a característica típica do sertanejo humilde que consegue enfrentar as dificuldades da vida. É claro que nem todo mundo é tão preguiçoso e malandro como o Jeca, mas todos têm um Jeca dentro de si.

E para aqueles que viram no começo deste texto a expressão “Se estivesse vivo”, peço o favor de desconsiderar, pois Mazzaropi é imortal.


José Luiz Guerra