Se estivesse vivo, Amacio
Mazzaropi completaria hoje, 09 de abril de 2012, 100 anos. As gerações mais
recentes talvez não conheçam o talento e a facilidade com que arrancava
gargalhadas do público, com seu humor puro, sem malícia e genuinamente
brasileiro.
Desde 1926, quando começou sua
carreira artística, trabalhando como assistente de faquir em um circo e contando
piadas nos intervalos das apresentações do “patrão” ele já se destacava. No ano
de 1935 que Mazzaropi ingressou no teatro, mas foi em 1952 que ele iniciou sua
brilhante trajetória no cinema, participando do filme “Sai da Frente”.
Em 1958, com a crise financeira da
Companhia Cinematográfica Vera Cruz, uma das empresas nas quais Mazzaropi atuou
em seus primeiros filmes, ele vendeu sua casa e fundou a PAM Filmes,
responsável a partir daí por toda a produção de seus longa metragens. Com “Chofer
de Praça” sendo a primeira produção da PAM filmes, Mazzaropi passou a ser, além
de ator principal, produtor e roteirista dos seus filmes.
Amacio Mazzaropi ficou eternizado
pela interpretação do personagem “Jeca Tatu”., criado em 1959 e que passara a
ser protagonista de diversos filmes, tais como “Tristeza do Jeca”, “Jeca contra
o Capeta” e “Jecão, um fofoqueiro no céu”. Ao todo, Mazzaropi atuou em 15
filmes, deixando a produção “Maria Tomba Homem” inacabada, devido à sua morte.
Não foram apenas as gerações mais
antigas, que vivenciaram a carreira de Mazzaropi, que são fãs do eterno Jeca.
Crianças e jovens, nascidas após suam morte em 13 de junho de 1981 assistem aos
filmes, graças à remasterizações dos episódios. O legado deixado por ele tem
valor inestimável, digno dos maiores prêmios. A arte de atuar, escrever e dirigir
um filme simultaneamente é desenvolvida por poucos gênios, tais como Charles
Chaplin e Roberto Bolaños.
Produções simples, mas que
retratavam a realidade do povo brasileiro, com um pouco de bangue- bangue e
muito bom humor sempre foram características marcantes dos filmes de Mazzaropi.
O próprio Jeca Tatu representa a característica típica do sertanejo humilde que
consegue enfrentar as dificuldades da vida. É claro que nem todo mundo é tão
preguiçoso e malandro como o Jeca, mas todos têm um Jeca dentro de si.
E para aqueles que viram no
começo deste texto a expressão “Se estivesse vivo”, peço o favor de
desconsiderar, pois Mazzaropi é imortal.
José Luiz Guerra
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