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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ser Emo é...


O que é ser Emo? Uns dizem que é estilo de vida, outros falam que é coisa de viado, mas os próprios Emos dizem que não são. Mas de onde surgiram essas desgraças?

A moda do Emo não é tão antiga assim. Tem mais ou menos uns 30 anos e caracteriza-se como uma dissidência do Hard Core, mas com um toque de romantismo, fossa e crise existencial. Algumas bandas, como The Cure, com a famosa “Boys don’t cry” ajudaram a impulsionar o que hoje é febre, nas vozes de Fresno, Restart, Dance of Days entre outras bandas.

No entanto, os Emos têm uma grande peculiaridade, além de jurarem que não são Emos: adoram pessoas do mesmo sexo. Mas não é uma homossexualidade declarada. Eles apenas querem provar novas experiências. E quando acham de deixaram de ser Emo (o que é impossível, já que, uma vez Emo, sempre Emo), voltam a suas condições normais.

Encontrar um Emo na rua é fácil: basta ir a Avenida Paulista a noite e ver um grupo de pessoas escrotas, vestidas com roupas das mais variadas cores, com uma gigantesca franja cobrindo um olho, várias tatuagens meigas, como ursinhos e corações, além de uma série de alargadores e piercings pelo corpo. A depressão e a atitude suicida também acompanham essas criaturas, que costumam chorar e até tentar se matar por motivos fúteis.

Já o Emocore é de chorar... de raiva. Cantores excêntricos, letras deprimentes e nomes de banda que geralmente são acompanhadas por números, como NXZero ou CPM 22. Nos show, a histeria é irritante. Meninos e meninas, que são conhecidos como “senhorita alguma coisa” gritam como se estivessem sofrendo tortura.

Espero que a moda Emo seja apenas uma moda, porque senão, não teremos mais Sexo, Drogas e Rock’n Roll, mas sim Punheta, Smirnoff Ice e Restart.



José Luiz Guerra

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Reveillón na Praia Grande


Já passou o natal e agora todo mundo só pensa em uma coisa: arrumar as malas pra viajar e curtir a virada do ano na praia. E quase todo mundo tem um mesmo destino: a Praia Grande.

No dia 26 bem cedinho é hora de colocar as malas no carro e pegar a estrada. Hora de esquecer a ressaca do natal e preparar o fígado para a bebedeira do ano novo. Nesta época, os amortecedores dos carros costumam chegar ao limite, pois além da família inteira dentro do carro, ainda tem a bagagem que, pelo volume, deveria ser transportada por um caminhão da Granero.

Enfim, pé na estrada e já no começo da viagem, o carro para. Na sua frente, um mar de carros com os motores desligados e os motoristas fora deles, esticando as pernas, fazendo um xixizinho e tentando arrumar algum meio de driblar o calor e o tempo de espera para chegar à praia. Nesta época, a viagem que duraria uma hora chega a demorar oito. E nem adianta tentar entrar no Mc Donalds da Imigrantes, pois ele está mais cheio do que saco de genro que mora com a sogra.

Depois de muita espera, enfim, a praia. Mas parece que todo o calor da rodovia não desceu a serra junto com você e o clima na praia é de chuva. Bom, pra quem ficou quase um dia inteiro na estrada, ir pra praia na chuva não é nada.

Hora de tirar as coisas do carro. A casa, alugada há mais de seis meses, é pequena e sem garagem. O jeito é estacionar na rua. Mas em que rua??? É mais fácil encontrar uma bactéria fosforescente no chão do que achar uma vaga na rua.

Roupas guardadas, comida estocada, hora de ir para a praia, nadar na mesma água onde são despejados os dejetos de todos os habitantes e turistas da Praia Grande, inclusive os seus, se isso servir de consolo. Micose e diarréia não são nada raras nessa época do ano e isso acontece há décadas...

O dia escurece e é hora de voltar para casa. Não sem antes comer um queijinho assado na hora dentro de uma lata de tinta Suvinil prá lá de higiênica. E como todo mundo é filho de Deus, hoje não tem janta. Vamos comprar um pãozinho e comer com presunto e queijo. Ao chegar à padaria, uma fila quilométrica que dá até impressão de que estão distribuindo comida de graça. E a espera pela compra do pão é regada a muito funk, tocado por dezenas de imbecis em seus carros, que passam a todo o momento, crentes que estão chamando a atenção das piriguetes.

E como se não bastasse, vizinho bom é vizinho fiel. Sim, pois o cara que enche o saco todos os dias em São Paulo, Também está na Praia Grande, na casa ao lado da sua. Pelo menos isso te ajuda a não sair muito da rotina, né?

Esse foi só o primeiro dia. Ainda tem muito mais pra acontecer. Muita cerveja, funk, esgoto na água, fila pro pão, sem contar que o mesmo trânsito da ida, também será o da volta. Nada que não possa ser encarado com muito bom humor e com a certeza de que, na Praia Grande, tudo acontece.


José Luiz Guerra

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Por que levo tudo na brincadeira?


Não há nada mais chato do que um ambiente onde pessoas convivem por horas, como no trabalho ou na sala de aula sem olharem um na cara do outro. Pior ainda é quando todos ficam em um silêncio fúnebre, fazendo o ambiente parecer um velório.

Em algumas situações, claro, é preciso manter o foco, pois nem tudo na vida pode ser levado na brincadeira. Porém, bom humor e gentileza não fazem mal a ninguém. E não estou falando especificamente de alguém, pois todo mundo, sem exceção, um dia conviveu ou irá conviver com alguém assim.

A vida sem brincadeira fica sem gosto. A única forma de melhorar sua auto-estima é entender que, em alguns momentos, é preciso “quebrar o gelo” e deixar a tensão longe de seu corpo e de sua mente. Uma piadinha, mesmo que sem graça, não faz mal a ninguém.

O melhor exemplo disso é o trabalho. Provavelmente ninguém é 100% satisfeito com seu emprego e isso algumas vezes lhe rende situações de stress e perda de controle emocional. A partir daí, sua visita diária ao local de trabalho se torna uma tortura, na qual só falta você desenhar pauzinhos na parede, como um presidiário, na tentativa de que o tempo passe.

Uma das alternativas para diminuir um pouco o martírio é se levantar para tomar café, mas não demore pouco tempo a ponto de nem deixar a fumaça sair do copo e nem muito tempo para não fazer seu chefe pensar que você foi plantar o café. Encontre um meio termo.

Se você está engafinhado em um texto mais chato do que Os Lusíadas em alemão, tente entrar em um site de humor e ler algumas piadas. Não abra e-mails porque se por acaso você abrir uma corrente, vai ficar com a consciência pesada, achando que vai ficar sem sexo por 10 anos ou que vai cair em um revolucionário golpe criado por bandidos e vai querer mandar esse e-mail pra todos os seus contatos.

Na aula, também dá pra desviar o foco, mas infelizmente não dá pra usar o computador ou outros parelhos revolucionários. Enquanto a professora explica, coloque uma revista de sua preferência dentro do livro correspondente a aula e o deixe na vertical. Assim a professora te vê com os olhos colados no livro e não encherá seu saco, pois imagina que você está estudando.

Por isso, tente transformar sua rotina. Não é mudando de emprego ou de escola que você melhora sua auto-estima. Deve-se melhorara a si mesmo antes e deixar a alegria entrar na sua vida, afinal, pra que levar a vida a sério, se nascemos de uma gozada?


José Luiz Guerra

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Yoga: Coisa pra macho


Nos últimos tempos, a Yoga vem se destacando pelo grande aumento de praticantes. Os motivos são inúmeros, desde a redução do stress até o tratamento de doenças como hipertensão e câncer. Mas quem nunca praticou Yoga não sabe o que lhe espera.

A técnica é milenar. Coisa de 5000 anos. Nesse tempo já era praticado por personalidades como Dercy Gonçalves e Oscar Niemeyer, como forma de inspiração e relaxamento.

Nas aulas o desafio é imitar posições de animais, como gato e cobra, e a partir delas movimentar o corpo a fim de alongar os músculos e massagear os órgãos interno. Algumas dessas posições são tão complexas que às vezes fica difícil até de sair. Tomando como exemplo a postura do galo (ou Kukkutasana), o sujeito precisa cruzar as pernas na posição de índio, que aprendemos na escola, passa os braços pelo meio das pernas e se equilibrar só com as mãos. Tudo isso sem esquecer-se do mais importante – respirar.

Então fica uma dúvida: como é possível fazer um contorcionismo digno de Circo Imperial da China e ainda respirar? É tanto nó no corpo, perna atrás da cabeça, testa no chão, cotovelo na boca que fica difícil até de lembrar que nós respiramos.

Apesar dos pesares, a Yoga sempre foi e sempre será uma ótima forma de relaxamento e autoconhecimento do corpo. Tamanho é esse conhecimento que, durante uma posição, talvez possamos colocar nossos olhos pra dentro do corpo e ver o que está acontecendo por lá.

Por essas e outras, a Yoga é realmente coisa pra macho. 

Namaste. 

José Luiz Guerra 




segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Quem manda nascer pobre???

Segunda feira, 7h. Você mal conseguiu descansar no fim de semana e já tem que madrugar novamente e ir para o trabalho. Seu ônibus se aproxima do ponto. Sorte a sua de morar quase no ponto inicial da linha. Porém, o coletivo já chega abarrotado, com passageiros pendurados até no escapamento.

Enfim, temos que enfrentar. Ao entrar no “busão”, para sua surpresa, um jovem rapaz, magrelo, de cabelo amarelo, sentado no banco reservado para os idosos e ouvindo um funk no celular. Um celular que tem tudo: Mp3, Mp4, Bluethoth, Wi-Fi, Wireless, câmera... Tudo, MENOS UMA PORRA DE UM FONE DE OUVIDO. E não adianta tentar chamar a atenção do sujeito, pois se ele ouve aquele troço no último volume, dificilmente irá ouvir você ou qualquer outra pessoa que venha lhe dizer que ele está em um banco reservado.

Passado o drama, o ônibus finalmente chega ao metrô. Quem vê de fora pensa que o ônibus é da mesma marca que fabrica aqueles carros de palhaço, que comportam 10 pessoas em um lugar onde caberiam 5. No ônibus, se cabem 44 sentados e 27 em pé, geralmente andam 71 sentados e 125 em pé.

Entrando no metrô, continua o martírio. Ainda mais quando o trem apita dizendo que a porta irá se fechar. Nesse momento, pessoas começam a correr mais que o Usain Bolt pra não perder tempo. Então aparece um sujeito, que segura a porta, impedindo que o trem parta e deixando o condutor cada vez mais puto. Basta ver que ele grita mais alto cada vez que tenta fechar a porta e não consegue. E esse mesmo cidadão que segurou a porta, saca um celular no bolso e, adivinhem... Funk. Nessas horas dá vontade de arremessar o infeliz dentro do túnel.

Depois de o cara ser expulso do trem, graças a alguém que “cagueto” o infeliz via torpedo, a viagem segue. A torcida é para que a estação Ana Rosa chegue logo, para que 40% dos 25.688 passageiros do seu vagão desçam. Os outros 60% agradecem e esperam ansiosamente a chegada da estação Sé.

Hora do almoço. Lá vai você, todo contente atrás de um restaurante. Eis que você chega na porta do restaurante e... aquela puta fila que dobra o quarteirão, fazendo até parecer que estão dando comida de graça, Mas não. A comida é cara e ainda por cima ruim. Arroz e feijão parecendo da semana passada, bife cru e ovo queimado, tudo isso temperado com alguns fios de cabelo que, se juntar, dá pra fazer uma peruca. Mas não podemos reclamar, pois os outros são piores.

Enfim... é hora de voltar pra casa. E se o desespero pra chegar ao serviço é enorme, imagine então para se livrar dele. Filas intermináveis, pessoas se esmurrando em busca de um espaço e uma batalha quase que medieval para tentar entrar no próximo metrô. Eis que, novamente, outro sujeito liga o celular no último volume e começa a ouvir aquele funk com letras mais do que românticas. Desta vez, ninguém vai conseguir avisar o metrô por torpedo, pois não há meio de se mexer dentro do vagão para colocar a mão no bolso e pegar o celular. Esquece... é melhor se concentrar e pensar que o que está tocando é, na verdade, um festival de música boa.

Finalmente, você chega em casa, três horas depois do previsto. Isso te fez perder o Chaves, Os Simpsons e todos os demais programas legais que você queria assistir, mas o trânsito não deixou. Banho tomado, bem alimentado e com o sono batendo à porta, é hora de ir pra cama. Não sem antes ouvir um som lá no fundo que começa a aumentar aos poucos e, quando ele chega próximo à sua janela... Surpresa! Um sujeito aparece em um carro com o som no mais alto volume ouvindo o que? FUNK.

Ainda bem que hoje é só segunda feira e esse martírio há de se repetir mais e mais...



José Luiz Guerra

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sua rádio é a primeira?

Não há nada melhor para um ouvinte fiel de uma rádio saber que ela é a líder de audiência. Para a rádio, então, nem se fala. Ela ganha em faturamento, em estrutura e em qualidade. Mas afinal, qual é a rádio que está em primeiro lugar na audiência?

Faça um teste: tente ouvir uma rádio diferente por um período de tempo, digamos, de uma hora. Com certeza o locutor voltará do intervalo comercial com a célebre frase “Rádio Qualquer Coisa FM. Primeiro lugar de audiência”. E isso não depende do estilo musical da rádio. Seja rock, pop, pagode ela sempre estará em primeiro. Como isso pode acontecer?

Peguemos as principais rádios de São Paulo em cada segmento: Jovem Pan FM (Pop), Tupi FM (Sertanejo), Kiss FM (Rock), Gazeta FM (Popular), Transcontinental FM (Samba e pagode), Nova Brasil FM (MPB). Agora, vejamos a lista das 30 mais ouvidas do estado de São Paulo, de acordo com o portal www.radios.com.br, no qual é possível acessar inúmeras rádios brasileiras:



No ranking acima, vemos que as duas primeiras rádios mais ouvidas são “AM”, caracterizadas por transmitirem notícias e serviços. Apenas na terceira posição aparece uma rádio FM. Entre as rádios de se dizem ser a primeira em audiência, podemos destacar a Jovem Pan FM (12º lugar), Tupi FM (20º lugar) e a Gazeta FM (49º lugar)

O rótulo de “a primeira”, anunciado com todas as letras nas rádios, geralmente é fruto de pesquisas de opinião de órgãos como o IBOPE. Mas atire a primeira pedra quem já viu alguém ser entrevistado e dar sua opinião sobre o tema. Por isso, todas as rádios dizem ser a líder de audiência.

Seja qual for a primeira, nenhuma rádio vai agradar sempre. É quase impossível que um ouvinte nunca mexa no dial para procurar outra emissora, quando a sua preferida está transmitindo inúmeros comerciais e nada de música ou notícia. Enfim, na minha modesta opinião, a primeira sempre será a rádio predileta de cada um, independente de pesquisas de opinião. Faça com que sua rádio seja a primeira da sua vida (que profundo...)


José Luiz Guerra


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Devemos dar crédito ao Mano Menezes?


O Brasil mais uma vez deu vexame. Agora diante do Paraguai, a seleção criou algumas chances, fez boas jogadas, mas esbarrou na forte defesa adversária e depois de 120 minutos conseguiu uma proeza que dificilmente se repetirá: perder todas as cobranças de penalidades.

O futebol apresentado desde a chegada do treinador realmente não encanta. E isso não é achismo, e sim uma convicção, fruto dos últimos resultados obtidos em amistosos e o mais recente da Copa América. Entretanto, devemos nos deparar com alguns fatos:

1 – Mano Menezes, apesar de relativamente jovem, tem em seu currículo passagens por dois grandes clubes brasileiros, Grêmio e Corinthians, além de ótimos trabalhos em clubes de menos expressão, como o gaúcho 15 de novembro de Campo Bom;

2 – Chegou à seleção com a responsabilidade de substituir Dunga, demitido após a eliminação na copa da África, e de renovar o grupo da seleção;

3 – Era o plano “B” na CBF, depois de Muricy Ramalho que na época foi procurado, mas não teve liberação do Fluminense, clube que treinava na ocasião;

4 – No processo de renovação, trouxe Neymar, Ganso, Lucas, três dos principais jogadores na atualidade e que jogam no Brasil, coisa difícil de se imaginar nos últimos anos;

5 – Tem alguns nomes de confiança, como André Santos e Robinho, com lugar cativo no time titular, mas que pouco produzem durante os jogos;

6 – Como todo treinador da seleção, tem pouco tempo pra treinar o time e esbarra na diferença entre o calendário europeu e o brasileiro, fator que influencia no condicionamento físico de cada atleta.

Enfim, temos inúmeros itens para defender ou para criticar o treinador, mas nessa Copa América será difícil dar destaque a alguém. O momento para testar um jogador com a camisa da seleção é em um amistoso. Para competições oficiais, os jogadores já deveriam ter sido testados em pelo menos três jogos, coisa que não aconteceu. E essa falha é coletiva, vindo desde o presidente da entidade, responsável pelo agendamento de amistosos e pelo calendário do futebol nacional até o treinador, que convoca os jogadores e escala o time ideal.

Em alguns momentos, Mano Menezes falhou. Entretanto, ainda merece a confiança de Ricardo Teixeira, já que, se em um clube a troca de treinador constantemente nem sempre resolve, imaginem




José Luiz Guerra

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Não deixe o Rock morrer


Nesta semana, mais precisamente em 13 de julho, comemoramos o dia mundial do rock. E este dia é comemorado desde 1985, quando diversas bandas como Queen, Led Zeppelin, Scorpions entre outras tocaram simultaneamente em Londres na Inglaterra e na Filadélfia nos Estados Unidos com o intuito de arrecadar fundos para a erradicação da fome na Etiópia. O evento foi chamado de Live Aid.

Algumas datas são lembradas por conta da morte de mártires da história. No Brasil, por exemplo, 21 de abril é lembrado como o dia da morte de Tiradentes e 20 de novembro, agora chamado de dia da consciência negra, marca o falecimento de Zumbi dos Palmares. Mas você deve estar se perguntado: o que essas datas tem a ver com o dia mundial do Rock?

Bom, em primeiro lugar, não estou escrevendo pra engrossar o coro de que 13 de julho vire feriado, como 21/04 e 20/11 já são. Meu protesto é para que o dia mundial do Rock não seja um dia de lembrar-se de quem já morreu. Mas a evolução da música é o que mais preocupa.

Pense em uma pessoa, amante do Rock, que tenha nascido nos anos 50 e que ainda está curtindo a vida. Pois bem... essa pessoa que cresceu ao som de Janis Joplin, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Queen, Rolling Stones entre outros, hoje vê o rock “representado” por Restart, Cine, NX Zero... É ou não é pra querer morrer?

Se ainda temos discos, fitas, CDs e DVDs para não nos deixar esquecer estes mitos, devemos preservá-los como verdadeiras relíquias. Se hoje somos bombardeados por pseudo astros, não podemos nos esquecer que já existiram Freddie Mercury, Roger Waters (ainda vivo) que deixarão seu legado para pessoas que nem mesmo os viram em ação.

Por fim, não deixem o Rock morrer. Vamos lembrar a cada 13 de julho que o Rock, assim como o Samba, o Jazz, o Soul, o Funk, o Reggae e outros ritmos só se popularizaram porque figuras quase que mitológicas fizeram parte de sua história e todos que tentam copiá-los, muitas vezes acabam os depreciando. Tem coisas que não se copiam, apenas se admiram...



José Luiz Guerra

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A vida de um vampiro da periferia

Edwaldo da Silva era um rapaz tímido, nascido na favela do Heliópolis. Todos os dias levantava cedo pra catar latinhas nas ruas e juntar dinheiro para sustentar seu principal vício: o Corinthians. Ele não conheceu os pais, pois ainda recém nascido, foi abandonado em uma caçamba de lixo. Como não foi visto por ninguém a tempo, Edwaldo foi jogado no triturador do caminhão da prefeitura e, milagrosamente, não sofreu nenhuma fratura, no corpo. No entanto, sua face se deformou, deixando-o com um tenebroso aspecto.

Após receber alta do hospital e sem perspectivas de resgate dos pais biológicos, Edwaldo foi adotado por uma senhora que estava saindo do hospital. No entanto, esta senhora, adepta do Candomblé, participava de rituais de magia negra e usava o garoto como oferenda. Em uma das incorporações de sua avó, ela recebeu o espírito de Rosiclérison de Ogum, um guia que disse a Edwaldo que sua vida iria mudar repentinamente.

Certo dia, Edwaldo andava pelas ruas quando um cachorro vira lata com raiva e picado por uma mutação de mosquito da dengue com malária o mordeu. Dias depois, Edvaldo passou a sofrer diversas mudanças em seu corpo. Sua boca, antes sem nenhum dente, ganhou dois enormes caninos que chegavam até o queixo. Seu corpo magro ficou mais magro ainda e bem curvado, por conta do peso dos dentes.

Desde esse dia, Edwaldo passou a se chamar Edwald Cooller e a vagar pelas ruas de São Paulo em busca de sangue, seu único alimento após a transformação. Ele vivia sozinho, mas seu guia espiritual, Draculairton, o acompanhava o tempo todo e lhe dava orientações de onde poderia conseguir o tal sangue.

Em uma de suas caminhadas, Edwald foi orientado pelo seu guia a entrar em uma casa onde talvez pudesse encontrar sangue nobre. Este lugar chama-se Daslu. Na porta de entrada, foi recebido por um imenso segurança que não o deixara entrar. Irritado com a atitude, Edwald abriu sua boca e disparou seu super poder conhecido como “Bafo Mortal”, arremessando o segurança para longe da porta. Entrando na casa, a procura de sangue, Edwald foi cercado pelos freqüentadores do local que, assustados com seu aspecto repugnante, o tiraram a vassouradas da casa.

Percebendo que ali não iria encontrar seu alimento, o vampiro voltou às ruas, atravessou a cidade a pé e resolveu entrar em um forró risca-faca. Lá se sentiu em casa: dançou com uma, com duas, com três... todos o viam como uma pessoa comum, sem dar importância para sua aparência. E ele também via as pessoas como ele e realmente a maioria das pessoas era bem parecida com Edwald.

O vampiro se sentiu tão em casa que voltou ao forró várias vezes, muitas delas sem se preocupar com seu principal objetivo: o alimento. De tanto frequentar a casa, Edwald virou cliente VIP (Vampiro Indigente e Pobre). Qualquer hora que ele chegasse, entrava sem fila, sem pagar e bebia a vontade, tudo por conta do dono da casa. Camarote exclusivo, garçom a qualquer hora e acesso as mulheres com mais dentes da casa.

Em uma noite de verão, com muito calor e com casa lotada, Edwald pediu ao garçom uma garrafa de Nova Schin, já que a Cristal, sua cerveja preferida, tinha acabado. Entretanto, seu pedido foi trocado por uma das mesas e, sem querer, o garçom trouxe o alimento que o vampiro tanto procurou e não encontrou. Uma garrafa de cinco litros de puro sangue... Sangue de boi.




José Luiz Guerra

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Faça seu funk

É cada vez mais comum vermos na mídia pessoas, clubes de futebol, programas de esporte, entre outros, transformarem em funk qualquer coisa que queiram promover. Mais fica a dúvida: por que fazer justamente um FUNK????

Os casos mais recentes são o Bonde do Mengão sem freio, feito pelo time do Flamengo, funk do João Sorrisão, promovido pela TV Globo e os funks do programa Pânico na TV, que surgiam a cada frase ilustre de seus personagens e ainda por cima eram vendidos como toques de celular.  Mas onde estão os grandes publicitários ou qualquer outra mente brilhante que possa fazer um Jingle interessante, que não seja um Funk?

Fazer funk é simples: pegue um microfone, chame um DJ que faça umas batidas (coisa que você mesmo pode baixar da internet) se auto denomine “MC alguma coisa” e repita incansáveis vezes a mesma coisa, como no funk feito ao jogador Petkovic do Flamengo (PET É O PET É O PET É O PET É O PET É O PET É O PET)

Enfim, se o poeta diria “Faça amor, não faça guerra”, poderíamos dizer: faça música, não faça funk! Fica a sugestão...


José Luiz Guerra

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Valorizem a música brega

Falcão, Waldick Soriano, Sidney Magal... Quando eles aparecem na TV, todo mundo já pensa: “Lá vem besteira...” De fato, a maioria de seus músicas tem letras sem nenhum fundo de seriedade, mas se tornaram populares e são cantadas a todo momento.

Atire a primeira pedra a mulher que nunca cantou versos como “Você é luz, é raio estrela e luar...” enquanto fazia os serviços domésticos. E o machão, que enquanto lava seu carro começa com o célebre verso “Eu não sou cachorro não...”. Involuntariamente a música entra nas nossas cabeças e demoram pra sair.

Com a onda do Trash Music, cantores como Wando e Reginaldo Rossi, por exemplo, deixaram de ser cantores românticos (se é que um dia foram) e se tornaram ícones do brega, chegando até mesmo a aceitar o rótulo. Ou você, leitor, acha que a mulherada joga calcinhas para o Wando porque ele é galã?

Geralmente, essas letras falam de sogra, chifre, e amores mal resolvidos, temas que assolam grande parte dos brasileiros. As músicas acabam se tornando uma espécie de válvula de escape para os que sofrem destes males e acabam se tornando populares.

Música brega é cultura popular, é o dia a dia do povo. Por mais que alguns não gostem, ela faz parte do cotidiano e passará de geração para geração, até o dia em que os problemas cotidianos não forem mais encarados como bom-humor, tornando-os menos sofridos.














José Luiz Guerra

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Saga de uma manhã congelante


6h da manhã, despertador tocando, 12 graus de temperatura, manhã de segunda feira. Essa combinação deveria ser perfeita para se virar de lado e continuar dormindo, mas não. Somos peões e temos que encarar a segundona com toda a disposição. Afinal, é só mais uma semana, né?

Levanta da cama, tirando os 578 cobertores que foram se acumulando em cima de você ao longo da noite, muitos deles apareceram misteriosamente ali. No quarto escuro, às vezes não se acha o chinelo e... Pimba. Pé no chão gelado e quase um choque térmico. Nessas horas felizes são os burgueses que dormem de meia.

Ao sair do quarto quentinho, mais um choque, desta vez por abrir a porta e sentir aquele ar da Patagônia bem na sua cara. Bom... chega de lero-lero, pois o tempo voa. Hora de entrar no banho. Talvez a pior parte. Tira a roupa, enquanto o chuveiro está aberto, já pra esquentar a água e formar aquele bafo no banheiro, que o deixa um pouco menos gelado.

E justamente agora que o chuveiro esquentou, já é hora de sair, porque além de gastar muita água e energia, sua mãe e sua irmã estão esperando pra tomar banho (menos preocupadas, pois você já esquentou o banheiro pra elas). Pra se enxugar, outro drama. O calor que a água quente produziu some em segundos, quando você sai do Box.

Enfim... ainda temos pelo menos três meses de sofrimento, já que o inverno ainda nem chegou e já estamos penando pra levantar todos os dias. Nessas horas dá pra entender por que os Vikings tomavam banho só de sábado...



José Luiz Guerra



segunda-feira, 25 de abril de 2011

O XV de Piracicaba está de volta


No último domingo, 24 de abril, o glorioso Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba garantiu seu retorno à elite do futebol paulista e jogará o Paulistão em 2012, 16 anos após diversos altos e baixos nas inúmeras divisões do estadual.

Mas qual a graça do XV de Piracicaba? Porque não falar do Corinthians, do São Paulo, do Palmeiras, do Santos... até da Portuguesa? O que tem de tão relevante o acesso de um clube do interior? Simples: o XV de Piracicaba é o estereótipo do futebol caipira. Tem um elenco desconhecido, mas esforçado, atravessa grave crise financeira e luta dia após dia não para estar entre os melhores, mas simplesmente para continuar a existir.

Mas o grande trunfo do XV é seu hino. Não o oficial, que poucos conhecem, mas o hino caipira, que caiu na graça da galera e é mais cantado pela torcida nos jogos do que a própria canção oficial. Segue a letra:

Cáxara de forfe
cuspere de grilo
bicaro de pato
GOOOOOOOOOOOOR

XV crá crá crá
XV crá crá crá

asara de barata
nhéque de portera
já que tá que fique
GOOOOOOOOOOOOR

XV crá crá crá
XV crá crá crá

viemo numa combi néia
sem óio de breque
de orc de raibã
GOOOOOOOOOOOOR

XV crá crá crá
XV crá crá crá

carcanhá de bode
tocera de grama
já que tá que fique
GOOOOOOOOOOOOR

XV crá crá crá
XV crá crá crá

Sem dúvida, um time que tem uma torcida que cria um hino com uma linguagem tão peculiar quanto a do legitimo caipira, merece ser reconhecido. Então, caros seguidores deste modesto blog (modesto mesmo, pois acho que o maior seguidor dele sou eu mesmo), ajude a divulgar esse hino, com uma letra única e que resgata a modéstia do caipira e a alegria do povo brasileiro. Quem quiser ouvi-lo, acesse http://www.youtube.com/watch?v=uKfUPZIMurM



José Luiz Guerra

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Música para os ouvidos


        Você com certeza já deve ter ouvido, ao longo de sua vida, inúmeras músicas de incontáveis estilos e cada uma contando uma história diferente. E com certeza uma (ou muitas) delas representa alguma coisa ou te faz lembrar alguém. Porém, ao analisar letras de belas canções, podemos concluir que, no fundo, elas não são tão belas assim.
          Por exemplo: na letra “Eu te devoro” do Djavan, um dos mais conceituados cantores de nossa música, ele diz: “Tudo o que Deus criou pensando em você, fez a Via Láctea, fez os dinossauros...” Um cara que canta para a sua amada que Deus pensou nela quando fez os dinossauros não tem o menor senso de beleza. Ou a namorada dele realmente é tão feia quanto um Brontossauro ou um Tiranossauro Rex.
         Em outro caso, Raimundo Fagner canta em “Borbulhas de Amor” a seguinte frase: “... um peixe, para enfeitar de corais tua cintura, fazer silhuetas de amor à luz da lua...” Quem já chegou perto de um recife de corais ou já ouviu falar deles, sabe do alto risco de ferimento que eles causam. Imagina encher a cintura de alguém com corais. É hemorragia na certa.
        Essas e outras milhares de músicas foram regravadas inúmeras vezes e sempre serão eternizadas nas nossas mentes. Mas sempre aparece um idiota pra achar um defeitozinho, e pronto. O romantismo vira piada. Essas são as que eu lembro, mas se alguém tem mais alguma música que ponha em risco a integridade física de sua amada, descreva-a nos comentários. Vamos exercitar a memória e perder mais do nosso curto tempo com essas bobagens!!!



            José Luiz Guerra

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Viajando na páscoa


           “Coelhinho da páscoa, o que trazes pra mim? Um ovo, dois ovos, três ovos assim...” Essa música é uma das mais ouvidas em todo o mundo na época da páscoa. Mas porque logo um coelho (mamífero, que não bota ovos, ainda mais de chocolate) vem trazer ovo para a criançada? E ainda de chocolate???
            Pois bem: o ato de se presentear as pessoas com ovos na páscoa é uma cultura milenar dos cristãos, fazendo referência à ressurreição de Jesus Cristo. O ovo nada mais é do que o símbolo do nascimento. Porém, nos primórdios deste ritual, o ovo era de galinha mesmo, mas sem clara, nem gema e decorado das formas mais criativas possíveis, capazes de agradar quem os recebe.
            Já o coelho, animal famoso pelo seu alto poder de procriação, entrou na história para reforçar ainda mais a tese do nascimento e do contínuo aumento da família.
            Mas para que a coisa ficasse mais adequada à realidade, a páscoa deveria ser assim:

1º - Se é OVO de páscoa, então poderíamos substituir o coelho por uma galinha;
2º - Galinha não é mamífero? Tudo bem; coloca um ornitorrinco, que além de mamar, bota ovo;
3º - Se o negócio é botar ovo, então deveríamos pegar o peixe-lua como mascote, já que ele bota cerca de 800 por dia;
4º - O ovo de galinha tem menos calorias que os de chocolate e são mais baratos;
5º - Ovo é tudo a mesma coisa. É tanta igualdade que a palavra OVO é a mesma, da direita para a esquerda e vice, versa, assim como a frase: “Socorram-me. Subi no ônibus em Marrocos”.

Enfim. Existem tantas dúvidas sobre isso que no fim é melhor comprar o de chocolate mesmo, e deixar uma criança feliz, achando que foi o coelho que botou aquele ovo, geralmente maior do que o próprio coelho, e comê-lo com gosto. Viva a Páscoa!!!

José Luiz Guerra


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Twitter: use com moderação


            Nada está mais na moda do que as redes sociais. Mas de todas elas, o Twitter é o que há. Em 140 caracteres, pessoas escrevem sobre o que pensam e o que fazem naquele momento. Os Smartphones, Ipod’s, Ipads e afins contribuíram para que esses relatos passassem a ser imediatos.
            Porém, algumas pessoas acham que o tal do Twitter foi feito pra descrever sobre cada passo que a pessoa dá. Casos tão extremos, como os de um sujeito que, sentado na privada, escreveu: “Estou cagando e tuitando”. Outros ainda se desesperam para escrever que viram uma cena bizarra na rua, mas que não despertariam nenhum interesse em ninguém.
            O Twittter é sim, uma ótima ferramenta de comunicação rápida e eficaz. É usado por empresas, personalidades, jornais, pode ser sincronizado a outras mídias, como o Facebook. Mas o Twitter também aumentou exponencialmente a capacidade de escrever idiotices. É muito legal ler as piadas, frases engraçadas, fotos curiosas, mas quem vai se importar se um de seus seguidores resolve dizer que está “no trono”, ou fazendo qualquer outra coisa que não interessaria nem à mãe dele?
            Ele está entre nós, nos ajuda, nos diverte. Mas temos que tomar cuidado antes que ele vire um espaço de divulgação de baboseiras e, assim como outras mídias como o Orkut, caiam em desgraça.

           

             José Luiz Guerra

domingo, 13 de março de 2011

A Maldição do Funk

Você está em casa, assistindo aquele filme na TV que você não via há anos e, de repente, passa um distinto cidadão dentro de um carro, ouvindo Funk no último volume e crente de que aquele som é adorado por todos aqueles que passaram a ouvi-lo compulsoriamente.

Ou então você acaba de vencer uma batalha de horas com seu filho recém-nascido e finalmente consegue colocá-lo pra dormir e vem um desgraçado com o tal do Funk tão alto que quase quebra os vidros da sua casa, faz com que todos os cachorros da vizinhança latam e acabam acordando o coitado do garoto.

Esses são alguns dos milhares de efeitos causados por um infeliz que acha que o Funk é a essência da musica popular brasileira e que todo mundo aguarda ansiosamente para que mais um idiota passe pela rua tocando músicas com letras que mais parecem poesias, tão bonitas que me recuso a publicá-las neste blog.

Normalmente, o carro responsável por nossos momentos de alegria são umas latas velhas que nem Luciano Huck aceitaria para reformar. O equipamento de som vale três vezes mais do que o carro e dez vezes mais do que o dono.

O motorista, então, é aquele cidadão que passa a semana no bar, ou entregando panfletos na rua. Geralmente, anda com boné de aba reta, e está acompanhado de mais três em cada janela do carro, com os braços pra fora na busca de mais uma piriguete.

Não ataco os que gostam de Funk, pois respeito todos os gostos, mas não é possível que alguém goste tanto do ritmo carioca a ponto de obrigar a todos que o ouça. O Funk é muito mais do que letras que expõem a mulher ao ridículo e exaltam grupos criminosos. Ele é um ritmo popular que, desde quando deixou de mostrar rimas que falavam da dificuldade da vida nas favelas e de ser a voz dos excluídos na música, perdeu a graça.

Os funqueiros norte-americanos e os brasileiros, como Claudinho e Bochecha, devem estar se perguntando o que fizeram de errado para que o ritmo caísse em desgraça e passasse a virar tortura para os ouvidos de todos os que não querem e não são obrigados a ouvir.


José Luiz Guerra   

quarta-feira, 2 de março de 2011

Afinal, qual é a da Devassa?

            Não houve assunto mais comentado na última terça-feira do que a cantora Sandy aparecer como a nova garota propaganda da cerveja Devassa. Uns criticaram a escolha da nova personagem, outros dizem que o dinheiro oferecido a ela (mais de R$1 milhão) pesou. Mas qual é a real intenção da cerveja Devassa com essa empreitada?
            Vamos aos fatos: a Devassa é a cerveja mais jovem no mercado nacional. As concorrentes são fortes: Brahma, Skol e Antarctica, três das cervejas mais vendidas no Brasil e que já têm público fiel, imagem constituída e grande fatia de mercado. Falo destas cervejas porque estão entre as 25 marcas mais valiosas do país, segundo levantamento de 2010 da agência Interbrand.
            Tendo este cenário em mãos, a Devassa resolveu inovar: contratou a modelo Paris Hilton, famosa por escândalos em sua vida social, para representar o que Devassa queria no mercado. A propaganda foi censurada pelo CONAR, alegando excesso de sensualidade e degradação da imagem feminina. Mesmo assim, o comercial teve mais de meio milhão de acessos no Youtube.
            Agora, temos a Sandy, uma moça da qual nunca se vinculou nenhuma imagem pejorativa, dando a ela o papel de boa samaritana, santinha, às vezes até de uma bonequinha de porcelana. E mais uma vez, a cerveja conseguiu causar polêmica na mídia, investido pesado nos espaços publicitários e fazendo questão de mostrar que Sandy “também tem seu lado Devassa”.
            Em um mercado concorridíssimo, como o cervejeiro, quem tem a intenção de se destacar precisa de duas coisas: qualidade do produto e notoriedade da marca. A qualidade vai de cada um, pois gosto não se discute. Em relação à notoriedade, a Devassa escolheu um caminho: Entrar com os pés no peito da concorrência e ficar na cabeça dos consumidores. Por enquanto, parece estar dando certo.


 José Luiz Guerra

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Por que sou Chavesmaníaco?

            Como explicar o vício no seriado Chaves? Como uma série que tem 50 anos de existência ainda resiste ao tempo, mesmo deixando de ser gravada há quase 20 anos? Por que Chaves e Chapolin ainda ocupam horários na programação tanto no SBT quanto agora no Cartoon Network?
            Os seriados Chaves e Chapolin foram criados nos anos 1960 e chegaram ao Brasil na década de 1980, junto com um conglomerado de novelas mexicanas. A condição,  no entanto, era a de que Silvio Santos, comprador do pacote, veiculasse todos os programas adquiridos. Sem muitas pretensões, o homem do baú pediu que os episódios de Chaves fossem dublados e, sem querer querendo, acabou descobrindo uma mina de ouro.
            De lá pra cá se passaram quase 30 anos ininterruptos desde a primeira aparição do menino do barril na TV brasileira. Os que praticamente nasceram junto com o seriado no Brasil, caso deste que vos escreve, se acostumaram a ligar a televisão na hora do almoço e gargalhar com piadas mais repetidas, efeitos especiais toscos e diversos erros de gravação, mas que não tiram a inocência da trupe mexicana.
            Roberto Gomes Bolaños (ator que interpreta o Chaves e o Chapolin) realmente foi e ainda é um gênio. Conseguiu fazer com que sua criação fosse traduzida para mais de 20 idiomas, entre eles mandarim e árabe, e fizesse o mesmo sucesso em todos os países por onde passa.
            Talvez nossa identificação com Chaves se dê por causa de sua história triste de um garoto órfão, pobre e sujo, retrato de um menino do terceiro mundo. No entanto é difícil explicar como Chaves atrai a atenção de milhões de pessoas, de todas as idades e classes sociais.
            Certo mesmo é que parece que a obra de Chespirito (pequeno Shakespeare, como Bolanõs é conhecido no México) caminha para a eternidade, sem exageros. E como sou chavesmaníaco, teria assunto para escrever páginas e páginas sobre a série. Mas prefiro revelar a provável causa de todo esse vício: nasci em 23 de setembro de 1985, uma segunda feira, as 13h05. Neste horário, como acontece até hoje, estava passando Chaves.

José Luiz Guerra

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O adeus de um Gênio


Quem um dia poderia imaginar que um astro poderia jogar no seu time? Quando um craque iria largar a ótima vida, o alto salário e o glamour dos gramados europeus para jogar no Brasil?
            Esse fato vem acontecendo constantemente no futebol brasileiro, como os casos de Adriano no São Paulo em 2008, Ronaldo e Roberto Carlos no Corinthians em 2009 e 2010 respectivamente e Ronaldinho Gaúcho no Flamengo em 2011. Jogadores que mal deram os primeiros passos nos clubes que os revelaram e já foram jogar no velho continente, valorizando seus passes em incontáveis milhões de dólares.
            Alguns (e eu me incluo nesse grupo) custaram a acreditar que isso pudesse ser verdade e mesmo vendo aquele craque vestindo a camisa do clube de coração, pensavam que aquilo era um sonho, tamanha a chance de aquilo ter acontecido. Quase como acertar as seis dezenas da mega sena.
            Se um jogador desses dificilmente jogaria no seu time, imagine ele encerrando sua carreira no clube, pondo fim a uma história brilhante vestindo o manto mais sagrado na opinião do fanático torcedor.
Pois isso é o que vai acontecer hoje no Corinthians, dia em que Ronaldo deixará os gramados e a última imagem de sua carreira será vestindo a camisa de um clube brasileiro. Nem mesmo Pelé, o maior de todos os tempos, deu aos santistas ou a qualquer outro clube brasileiro esse gosto, já que parou de jogar profissionalmente no New York Cosmos, dos Estados Unidos.
Por isso hoje é dia de rir, de chorar, mas principalmente de refletir: se temos condições de repatriar jogadores tão valiosos como estes, onde está a dificuldade de se montar times competitivos, com jogadores de qualidade, mas que não passam nem perto dos nomes citados acima?

José Luiz Guerra


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A verdadeira Música Popular Brasileira


             Já virou chavão: sempre que você conhece alguém na balada, barzinho ou em qualquer outro lugar, uma das primeiras perguntas que se faz, além é claro de saber o nome do sujeito, é saber quais as suas preferências, entre elas qual a música predileta. Uns falam que é sertanejo, outros rock e quase sempre todo mundo diz que gosta de MPB – Música Popular Brasileira. Mas afinal, o que é a MPB?
            Quem gosta mesmo da música popular brasileira sempre diz que adora Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethania, ícones da nossa música que cantam há anos e fazem com que suas músicas nunca se percam no tempo. Mais ainda: durante a ditadura militar, foram responsáveis por escrever músicas que atacavam o governo nas entrelinhas, transformando protesto em poesia.
            Pois bem: nos últimos meses, quantas vezes você foi a um show destes artistas? Ou quantas vezes você ouviu falar em um show desses artistas? Por esses e outros motivos que nossa música popular não é tão popular assim... E também nem tão mais brasileira. Um bom exemplo foi na Copa de 2006, na Alemanha. A organização do evento promoveu shows de Caetano Veloso e Chico Buarque, que teve ingressos esgotados meses antes do evento. Carlinhos Brown, outro representante da música nacional, fez uma apresentação para mais de 2 milhões de pessoas na Espanha, no ano de 2005, enquanto no Brasil, foi recebido à garrafadas quando entrou no palco para mais um show.
            Temos que (infelizmente) admitir que a Música Popular Brasileira não é aquela que nos faz refletir sobre a política, a pobreza e sobre o mundo. A MPB de hoje é o Funk, o Pagode, o Axé, o Forró exigem de quem a ouve nada mais do que uma dança.

            José Luiz Guerra