Já passou o natal e agora todo mundo só pensa em uma coisa: arrumar as malas pra viajar e curtir a virada do ano na praia. E quase todo mundo tem um mesmo destino: a Praia Grande.
No dia 26 bem cedinho é hora de colocar as malas no carro e pegar a estrada. Hora de esquecer a ressaca do natal e preparar o fígado para a bebedeira do ano novo. Nesta época, os amortecedores dos carros costumam chegar ao limite, pois além da família inteira dentro do carro, ainda tem a bagagem que, pelo volume, deveria ser transportada por um caminhão da Granero.
Enfim, pé na estrada e já no começo da viagem, o carro para. Na sua frente, um mar de carros com os motores desligados e os motoristas fora deles, esticando as pernas, fazendo um xixizinho e tentando arrumar algum meio de driblar o calor e o tempo de espera para chegar à praia. Nesta época, a viagem que duraria uma hora chega a demorar oito. E nem adianta tentar entrar no Mc Donalds da Imigrantes, pois ele está mais cheio do que saco de genro que mora com a sogra.
Depois de muita espera, enfim, a praia. Mas parece que todo o calor da rodovia não desceu a serra junto com você e o clima na praia é de chuva. Bom, pra quem ficou quase um dia inteiro na estrada, ir pra praia na chuva não é nada.
Hora de tirar as coisas do carro. A casa, alugada há mais de seis meses, é pequena e sem garagem. O jeito é estacionar na rua. Mas em que rua??? É mais fácil encontrar uma bactéria fosforescente no chão do que achar uma vaga na rua.
Roupas guardadas, comida estocada, hora de ir para a praia, nadar na mesma água onde são despejados os dejetos de todos os habitantes e turistas da Praia Grande, inclusive os seus, se isso servir de consolo. Micose e diarréia não são nada raras nessa época do ano e isso acontece há décadas...
O dia escurece e é hora de voltar para casa. Não sem antes comer um queijinho assado na hora dentro de uma lata de tinta Suvinil prá lá de higiênica. E como todo mundo é filho de Deus, hoje não tem janta. Vamos comprar um pãozinho e comer com presunto e queijo. Ao chegar à padaria, uma fila quilométrica que dá até impressão de que estão distribuindo comida de graça. E a espera pela compra do pão é regada a muito funk, tocado por dezenas de imbecis em seus carros, que passam a todo o momento, crentes que estão chamando a atenção das piriguetes.
E como se não bastasse, vizinho bom é vizinho fiel. Sim, pois o cara que enche o saco todos os dias em São Paulo, Também está na Praia Grande, na casa ao lado da sua. Pelo menos isso te ajuda a não sair muito da rotina, né?
Esse foi só o primeiro dia. Ainda tem muito mais pra acontecer. Muita cerveja, funk, esgoto na água, fila pro pão, sem contar que o mesmo trânsito da ida, também será o da volta. Nada que não possa ser encarado com muito bom humor e com a certeza de que, na Praia Grande, tudo acontece.
José Luiz Guerra
O pior é que quem já passou a virada na "Long Beach" sabe que é assim mesmo! :-)
ResponderExcluirNossa, é muitaaaaaa verdade em um post só zoló!!!
ResponderExcluirSem contar que sempre acaba a merda da agua neh ahhaha
muito bom.. ainda bem que eu nao fui pra la..